Pensei que estava visitando o túmulo do papai para fazer as pazes com o passado, mas ver uma foto minha em uma lápide próxima me deu um arrepio na espinha. Eu não tinha ideia de que essa descoberta assustadora me levaria a uma verdade transformadora sobre minha mãe. Faz dois anos que perdi meu pai para o câncer. Dois anos, quatro dias e uma vida inteira de sofrimento, para ser mais preciso. Ainda me lembro do dia em que descobrimos que ele tinha câncer de pulmão em estágio IV. Parecia que o mundo tinha parado e que estávamos em um pesadelo do qual não conseguíamos acordar
Os médicos começaram o tratamento imediatamente, mas, no fundo, acho que todos sabíamos que era uma batalha perdida. Papai lutou muito, mas no final, o câncer venceu. Naquele dia, eu estava em casa na cidade quando mamãe ligou da nossa cidade natal. Sua voz, geralmente tão forte, falhou quando ela deu a notícia. “Penny… ele se foi.” Não me lembro de muita coisa depois disso. É tudo um borrão de lágrimas e empacotamento frenético. Meu marido, Andrew, nos levou até a casa da mamãe, e eu fiquei esperando que papai saísse pela porta da frente, de braços abertos para um abraço.
Mas ele nunca saiu… Eu me lembro do sentimento de vazio no meu coração enquanto eu estava com meus parentes no funeral. Parecia que um pedaço de mim estava sendo enterrado ao lado dele.
Dizem que o tempo cura todas as feridas, mas a dor de perder meu pai ainda está fresca. Já faz dois anos, mas parece que eu atendi aquele terrível chamado da mamãe ontem. No começo, eu não conseguia funcionar.
Eu chorava até dormir todas as noites, repetindo memórias do papai na minha cabeça. A vez que ele me ensinou a andar de bicicleta, a maneira como ele me dava uma bola extra de sorvete quando mamãe não estava olhando, seu sorriso orgulhoso na minha formatura da faculdade. A dor era tão intensa que comecei a questionar tudo. Por que eu? Por que nós? Eu estava amaldiçoada a ser a pessoa mais azarada da Terra?